Peça de teatro com temática de trânsito.
RODA DE TRÂNSITO
PERSONAGENS: LICO, TOTOCA, POLACO, TUTI, SILVIA, CARMEM, SILVANA, ELIANE.
Entram as crianças cantando, parodiando músicas de capoeira.
Todos: Os quindim dim, os quindim dim, os
quindim dim dim dim dim dim dim dim, os quindim dim,quindim dim, os quimdim dim
dim dim dim dim dim dim, os quindim dim, os quindim dim...
Fazem a roda. Passam a cantar e dançar.
Lico:
Eu sou criança
Eu sou legal
Eu faço certo
Eu uso a calçada
Eu uso a faixa
Eu sou esperto.
Silvia:
Eu me levanto
Tomo banho
E meu café
Me arrumo
Vou para escola, tá na hora
Vou a pé.
Totoca:
Presto atenção
No movimento
Em minha volta
Carro, pedestre
Moto, bike
Tudo importa.
Carmem:
Uso a faixa
Vejo a placa
E o sinaleiro
Eu não me descuido
Fico atenta
O tempo inteiro.
Polaco:
E no colégio
Quando chego
No portão
A todos cumprimento
Dou bom dia
Aperto a mão.
Silvana:
Dentro do pátio
Eu não corro
Eu não brigo
Faço amizade
E para maldade
Eu nem ligo.
Tuti:
Na minha carteira
Eu viajo
O tempo inteiro
Aprendo a ler
Fazer contas
Ser ordeiro.
Eliane:
E no recreio
Sempre estou
Me comportando
Vou no banheiro
Como o lanche
E sigo andando.
Todos:
Depois da aula
Vou pra casa
com alegria
Mas sempre com cuidado
Para encontrar
Minha família.
Mas sempre com cuidado
Para encontrar
Minha família.
As crianças se preparam para sair, cantando:
Todos: Os quindim dim, os quindim dim, os
quindim dim dim dim dim dim dim dim, os quindim dim,quindim dim, os quimdim dim
dim dim dim dim dim dim, os quindim dim, os quindim dim...
Ficam Lico e Totoca.
Lico: E aí Totoca, tá gostando da roda?
Totoca: Que roda Lico?
Lico: Como assim que roda cara? Que roda
poderia ser?
Totoca: Sei lá. Quantas rodas o homem já criou
depois que inventou a roda. Tem as rodas que movimentam os carros, por exemplo,
por isso chamados de veículos sobre rodas. E o Brasil anda sobre rodas sabia?
Lico: Que mané papo besta é esse agora? De
onde tirou essa filosofia toda?
Totoca: Ainda pergunta Lico. Só poderia ser da
escola. Os professores vivem inventando trabalhos pra gente fazer, acho que
eles adoram corrigir, devem ficar os finais de semana fazendo isso.
Lico: Verdade. Mas é trabalho sobre rodas esse
aí da sua turma?
Totoca: É um trabalho pra citar a importância
da roda no trânsito. Mas ainda não sei ao certo sobre o que falarei.
Lico: Oh meu! Tive uma ideia, usa a nossa roda
de capoeira pra falar sobre trânsito!
Totoca: Verdade Lico! Boa ideia, você me
ajuda?
Lico: Claro, vamos lá bolar alguma coisa...
(saem)
Entram Polaco e Tuti
Polaco: Rapaz não adianta, eu não tenho
coragem.
Tuti: Que isso meu, como não? É tão simples, é
só chegar e falar. Pronto, simples.
Polaco: Mas esse é o problema Tuti, falar, eu
não tenho coragem de falar com ela. Eu travo, só de olhar já fico mudo.
Tuti: Polaco, vou te fazer um favor, coisa que
só amigo de fé faz. Vou te dar meu amuleto da sorte, com ele você vai conseguir
se libertar desse trauma.
Polaco: Legal, legal. O que é amuleto?
Tuti: É tipo algo que dá sorte, espanta o
azar. Não deixa que nada errado aconteça.
Polaco: Entendi. Meu tio tem um pé de coelho
pendurado no espelho do carro, diz que é para evitar acidentes.
Tuti: Viu. Aposto que ele nunca se envolveu em
acidentes.
Polaco: Verdade, ele não. Mas acho que é
porque ele dirige sempre com atenção. O coitado do coelho já não pode dizer o
mesmo da sorte né.
Tuti: Nem tudo é perfeito né. Mas é aí, vai
querer ou não.
Polaco: O que é?
Tuti mostra um pacote de balas. Entrega a
Polaco, que segura observando.
Polaco: Balinha? O que tem de amuleto nisso?
Tuti: Não são simples balinhas, são grilinhas.
Docinhos feitos a partir do elixir extraído de glândulas de grilo. Vão te
ajudar a falar o que quiser.
Polaco: Ah! Sei não, duvido muito...
Entram Carmem e Eliane.
Tuti: Olha lá! A Carmem e a Eliane vem vindo.
Aproveita e conversa com a Carmem, diz tudo que você sente por ela.
As meninas se aproximam. Enquanto Polaco
encara elas, Tuti sai. Polaco se vira para falar com o amigo, mas não o
encontra. As meninas se aproximam cada vez mais, Polaco quase entra em pânico.
Carmem: Oi, você não é aquele menino da minha
turma, que senta bem atrás?
Polaco nada fala. Carmem e Eliane se olham.
Polaco fica embaraçado, até que respondendo balançando a cabeça.
Eliane: (para Carmem) Acho que não vai dar
certo Carmem, olha o jeito dele nem fala.
Carmem: (para Eliane) Calma Eliane. Vai ter de
ser ele. Não tem mais ninguém livre. (para Polaco) Garoto, precisamos completar
nosso grupo, para apresentar aquele trabalho sobre trânsito, você gostaria de
participar?
Polaco fica mudo, sem jeito, não consegue
falar. As meninas esperam sua resposta. Eliane impaciente. Carme insiste. Polaco
só se movimenta estranhamente. Eliane pega a mão de Carmem, ambas vão saindo.
Polaco olha para as balas, coloca uma na boca e fala...
Polaco: (com voz grave) Seria o maior prazer
do mundo, partilhar desses maravilhosos momentos de construção da sabedoria ao
lado de tão lindas jovens. (depois olha para o público e se espanta)
Carmem e Eliane se olham admiradas. Carmem vai
até Polaco e fala com alegria.
Carmem: Ótimo garo... Como é Seu nome mesmo?
Polaco: Policarpio de Almeida e Silva, mas
pode me chamar de Polaco, seu admirador.
Carmem: (admirada coma voz do menino) Ótimo,
amanhã na escola a gente combina. (saem)
Polaco: (despedindo-se) Até amanhã, princesa
de todos os reinos, sua beleza é ímpar (sua voz muda, sem que ele perceba) e
nós vamos arrasar nesse trabalho.
Volta Tuti.
Polaco: Viu Tuti, ela me adora. Convidou a
gente para fazer um trabalho sobre trânsito, vamos nos dar bem.
Tuti: Nós? Eu não entendo nada de trânsito.
Polaco: Nem eu. Mas vamos estudar a noite
toda, amanha nós vamos nos reunir.
Tuti:
Ah cara, por que me enfiou nessa?
Polaco: (vão saindo) Você é meu parceiro, meu
irmão, meu chapa, ora....
Entram Silvia e Sivana.
Silvia: Irmã, é verdade que boa parte dos
acidentes de trânsito no Brasil envolvem crianças?
Silvana: É sim Silvia. Assusta né?
Silvia: E como Silvana! Por isso que a mãe
sempre fica dizendo pra gente olhar para os lados antes de atravessar a rua.
Silvana: E sempre pela faixa de pedestres.
Silvia: Para andar na calçada, sempre com
muita atenção.
Silvana: É verdade. isso é muito importante.
Prestar atenção sempre.
Silvia: Se todos prestassem realmente atenção
quando estão no trânsito, boa parte dos acidentes seriam evitados.
Silvana: É mesmo mana. Nem precisamos saber de
cor todas as leis de trânsito, basta prestar atenção e ter respeito. Vou
colocar isso no nosso trabalho.
Silvia: Sim sim, amanhã todos do grupo vão se
reunir... Por falar em atenção, lembrei que a mãe mandou buscar pão, vamos
logo... (saem rindo)
Voltam Polaco e Tuti, com um semáforo. Polaco
segura e fica mudando as cores. Tuti representa. Verde passa, vermelho para,
amarelo atenção. Depois trocam. Saem.
Entram Lico e Totoca, com uma faixa de
pedestre. Ficam fazendo representações de sempre atravessar sobre a faixa.
Saem.
Entram Silvia e Silvana, com algumas placas de
sinalização. Fazem representações sobre como agir de acordo com as placas.
Saem.
Todos vão chegando e sentam para conversar, em
uma roda, como se estivessem discutindo e decidindo algo.
Entram Carmem e Eliane, com uma cadeira de
rodinhas com cinto de segurança adaptado, daí ensinam como usar o cinto. Saem.
Troca luz, marcando passagem de um dia para o
outro. As crianças voltam, se reunem, começam a conversar como se combinando
algo. Carmem levanta, chama Polaco, ambos vão até a frente.
Carmem: Sabe, eu queria dizer que fiquei muito
feliz de você aceitar fazer parte do nosso grupo. Seu amigo Tuti me disse que
você tinha algo mais para me falar, o que é?
Polaco olha para Tuti, que já está olhando
para ele, tenta falar, leva a mão no bolso, não acha as balinhas, se apavora.
Carmem espera. Polaco fica impaciente, vai até Tuti, que dá uma bala para ele.
Polaco vota até Carmem.
Polaco: Então Carmem, eu queria te dizer que
você é uma menina muito especial. Te acho a mais bonita da escola e queria te
levar para tomar sorvete depois da aula.
Carmem: Obrigado Polaco, vamos sim, você muito
gentil. (ela vai saindo para juntar-se a turma)
Polaco: Não por isso garota maravilhosa (muda
a voz) somos um par perfeito, Romeu e Chuleta. (junta-se a turma)
As crianças continuam conversando, até que
Lico fala.
Lico: Vamos fazer isso então, combinado?
Todos: Combinado. (levantam-se e formam a roda
de capoeira)
Lico: Vamos ensaiar então.
Capoeira é coisa boa
Neste jogo eu aprendo
Conheço outra cultura
E também sigo crescendo
Vou aproveitar da roda
Pra falar de educação
Aprendendo sobre trânsito
Pra ensinar ao meu irmão
Abalá ó meu amigo
Põe o corpo em movimento
Pra ensinar a toda gente
Ter um bom comportamento
Eu sou bamba em prudência
Todo mundo tem de ser
Acabar com a violência
Deixar a vida florescer
Todos saem, menos Polaco e Carmem. Que se
olham. Ele tenta criar coragem, procura o amigo, procura balas no bolso, não
encontra nada. Carmem começa a sair. Ele então se enche de coragem e fala, com
sua verdadeira voz.
Polaco: Não está esquecendo nada mocinha?
Carmem: (virando-se) Achei que você tivesse
esquecido.
Polaco: Vamos tomar o sorvete?
Carmem: Demorou.
Polaco: Você não achou estranha essa minha voz
agora?
Carmem: Estranha? Claro que não. Você sempre
falou assim...
Fim
Rogério Luís Bauer
Obs.: Por favor, informem os erros encontrados, para que eu possa corrigir. Obrigado.
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