sexta-feira, 12 de agosto de 2016

PREVENÇÃO HOJE, CROTALÁRIA AMANHÃ

terça-feira, 1 de março de 2016

TEXTOS PARA O FETRAN
Para encontrá-lo no blog, digite um dos nomes dos textos abaixo, em "pesquisar esse blog"

PEÇA – RE REPENTE O TRÂNSITO
PEÇA – A FANTÁSTICA MÁQUINA DO DR. TILICA
PEÇA – NO REINO DE BELELÉ
PEÇA – RODA DE TRÂNSITO
PEÇA – O JULGAMENTO
PEÇA – CRIANÇAS LEGAIS
PEÇA – TRÂNSITO EM FAMÍLIA
PEÇA – ESCOLINHA DE PLACAS
PEÇA – DEU ZEBRA
PEÇA – PONTO DE CONVERSA
PEÇA – VRUM, VRUM, VRUM
PEÇA – FERIDAS
PEÇA – FAZ COSQUINHA
MEU MELHOR AMIGO
BRINCA COMIGO
NÃO FOI ACIDENTE
PALAVRAS NÃO DITAS

Logo publicarei outros. Desde já estão autorizados a montar o espetáculo e fazer qualquer alteração que julgarem necessárias. Qualquer dúvida, podem escrever para rogerio_bauer@hotmail.com
Bom trabalho.
Abraços.
Rogério
Palavras não ditas
Personagens
Prudêncio (um pescador)
Emerson (jovem acidentado)
Cenário: Uma cadeira deitada ao centro, um cabide com alguns figurinos ao fundo e à direita do palco.

O espetáculo começa com um foco de luz somente no pescador. É noite, ele está falando sozinho.
Prudêncio: Nossa, hoje a noite tá ruim pra peixe... Nada, nem uma beliscadinha... Só muriçoca na volta (se tapeia pra espantar os mosquitos, o que vai se repetir eventualmente)... Assim não tem jeito... E o Benedito ainda me deixou na mão, falou que viria pescar comigo... Cadê? Mulher não deixou! Besta... Mulher nenhuma manda em mim, já falei para a minha, não venha me dar ordens... É só olhar que já sei, nem precisa mandar... (ri sozinho) Tá beliscando! Opa, agora vem! (puxa a linha, mas perde a corrida, tira o anzol sem isca). Droga, perdi de novo! É esse lugar aqui, primeira vez que venho, até pegar a manha... (joga a linha de novo) Vamos ver agora se tenho mais sorte... Preciso pegar algo, foi um sacrifício chegar aqui, descer esse barranco (olha para trás), só de pensar já canso... Nem é bom pensar, vou ter de subir... Bom levar algum peixe pelo menos...
Ouve um barulho, se assusta, levanta... luz no centro do palco, jovem deitado na cadeira, representando um carro capotado. Prudêncio se aproxima e observa assustado.
Emerson: (fraco) Me ajuda, socorro, me tira daqui, por favor...
Prudêncio: (assustado) Meu Deus, como você foi parar aí? O que eu faço? Nossa! Não tenho nem telefone!
Emerson: Me ajuda, estou com muita dor! Minha perna está presa, não consigo mexer o braço! Me ajuda!
Prudêncio se aproxima, tenta puxar o jovem, que grita de dor! Prudêncio se afasta”
Prudêncio: Você está preso mesmo, não consigo tirar você daí! Acho que nem é bom tentar, posso piorar a sua situação, melhor chamar alguém! Vou na estrada esperar ajuda! (para o público) Nossa subir esse barranco todo! (ao rapaz) Já volto1
Emerson: Não me deixe sozinho, por favor! Estou com medo!
Prudêncio: Preciso chamar ajuda! Não sei o que fazer!
Emerson: Procura meu celular aqui, no meu carro, por favor!
Prudêncio: Que carro! O que sobrou dele você quer dizer!
Prudêncio e Emerson vão até o cabide, trocam de roupa e vem fazer orientações sobre socorro a acidentados, entrando em outros personagens.
Prudêncio: O atendimento imediato é importante, porém a atuação deve ser correta, para não piorar o estado da vítima.
Emerson: Cuide de sua segurança - O veiculo deve estar posicionado em um local seguro e somente desembarcar pessoas que tenham condições de ajudar.
Prudêncio: Sinalize e isole o local do acidente - Use triângulo, galhos de árvores ou outros objetos que devem ser colocados a uma distância segura do local.
Emerson: Não tome nenhuma atitude antes de examinar - observe bem o acidente para melhor se informar e saber o que fazer, além de prestar melhores esclarecimentos ao atendimento médico.
Prudêncio: Se estiver escuro não use fósforos ou qualquer objeto inflamável - No caso de vazamento de gases pode provocar incêndios.
Emerson: Peça ajuda - Evite agir sozinhos, principalmente na remoção ou movimentação de veículos ou objetos pesados. (volta)
Prudêncio: Neste caso, em que o carro caiu de um barranco, o melhor a fazer é chamar a ajuda especializada, ligue para um dos números: da PRF 191, da PM 190, do BM 193 ou SAMU 192. Lembre ao menos de um dos números, pois eles repassaram o caso para quem poderá agir melhor.
Ambos voltam aos seus personagens.
Prudêncio: (após achar o celular) Achei! Vou ligar!
Emerson: Liga para minha mãe primeiro! Quero falar com ela! Me desculpar!
Prudêncio: Depois, primeiro vou chamar ajuda. (se afasta para ligar)
Emerson levanta, vai até o cabide, coloca um vestido, se transforma em sua mãe.
Emerson: Meu filho, não corre, já disse para você ir devagar com esse carro! Ah! Por que o Demétrio te deu essa porcaria! Você é muito novo para dirigir!
Entra Prudêncio vestido de Demétrio.
Prudêncio: Que isso minha véia! Ele é macho, e tem idade! E tirou carteira de motorista também, esqueceu?
Emerson: Eu sei! Mas quem disse que um pedaço de papel coloca juízo nas pessoas? Se todos que tem habilitação fizessem o que aprenderam na auto escola certamente não teríamos tantos acidentes por aí.
Prudêncio: Isso tu tem razão minha véia, mas ainda não inventaram uma injeção de educação, pra aplicar no povo, então vamos aprendendo aos poucos, pagando pra ver...
Emerson: É... Mas esse preço tem sido tão alto! Deus me livre imaginar que algo aconteça com nosso filho! Ele é tão jovem, bom nem pensar. Que Deus o proteja.
Prudêncio: Deus nos protege véia, mas cada um tem de fazer sua parte, todos nós... (volta)
Emerson: Ainda ontem pensei nisso! Nos planos que fizemos juntos! Ele ainda criança, me revelou que sonhava ser médico, ajudar a salvar vidas, curar os doentes, aliviar as dores das pessoas... Tão bom que é nosso filho! (volta)
Prudêncio: Pronto, liguei para a PRF, contei o que aconteceu, onde estamos e como você está... Vão trazer ajuda, mas como estamos meio longe, podem demorar um pouco... Me pediram pra ficar com você...
Emerson: Obrigado! Como é seu nome?
Prudêncio: Prudêncio. Prudêncio da Silva. E o seu?
Emerson: Emerson. Emerson Fitipaldi de Almeida.
Prudêncio: Hum! Você pode falar? Contar como aconteceu o acidente?
Emerson: Acho que sim! Não aconteceu nada de estranho, de anormal, sei lá! Eu vinha dirigindo, primeira vez nessa estrada! Acho que corria um pouco demais, tinha uma curva, vi a placa, diminui a velocidade, mas acho que não foi o suficiente, perdi o controle, saí da estrada... E estou aqui...
Prudêncio: O barranco é alto, poderia estar morto agora!
Emerson: Eu sei! Pelo menos fiz um novo amigo!
Prudêncio: Não! Eu disse que eu poderia estar morto! Imagina se capota em cima de mim... Daí esse seu novo amigo estaria era aí embaixo mortinho da silva...
Emerson: Ah! Eu queria rir, mas não consigo... Tá me faltando ar já... Me faz um favor, liga para minha namorada... Quero dizer algo que ainda não tive coragem, enquanto ainda é tempo...
Prudêncio: Como é o nome dela?
Emerson: Carmem.. Tá salvo aí na agenda como Amor!
Prudêncio: (enquanto procura) Hum que lindo! Amor! Minha esposa eu chamo de Dona Encrenca mesmo... Brava!!! Precisa ver! Quando tá naqueles dias prefiro pescar... Evitar confusão... Achei... Ligando... Caixa postal... Vou tentar de novo! (se afasta, coloca vestido, volta como namorada do Emerson)
Emerson levanta, coloca a cadeira em pé. Prudêncio senta na cadeira. Emerson se ajoelha na frente de Prudêncio.
Emerson: Amor! Engraçado, sempre te chamei de amor, mas nunca disse que te amo. Não que faltasse oportunidade, mas é que eu estava esperando o momento mágico, aquele em que você tem a mais absoluta certeza de que encontrou a sua companheira para a vida toda. Falar por falar não combina comigo. Sei que você sempre quis me ouvir dizendo isso... Você mesma já disse eu te amo para mim tantas vezes, e ficava me olhando... esperando que eu falasse também mas eu só dizia idem... idiota (risos de ironia).. Me perdoa amor... Por ter sido imprudente, por dirigir muito rápido, por não respeitar a estrada, por não respeitar a vida... Ah, Eu Te Amo... (levantam, colocam-se de frente para o público)
Prudêncio: A estrada comunica, ela diz ao condutor como se comportar ao volante.
Emerson: Além da sinalização vertical, das placas, também existem as faixas pintadas, a sinalização horizontal.
Prudêncio: Mas é importante ainda que o condutor conheça seu percurso, principalmente quando viaja nele pela primeira vez.. (volta)
Emerson: Veja mapas, informe-se, procure saber dos pontos mais perigosos e da situação atual de conservação da pista. É importante perguntar, é importante falar, você nunca sabe se terá outra oportunidade... (voltam)
Prudêncio: Não atende! Deixei recado para retornar a ligação. Como você está?
Emerson: Com sede. Mas acho que não consigo beber...
Prudêncio: Mas porque não? Você sofreu foi um acidente, e não levou tiros pra ficar furado e vazar água...
Emerson: (tentando rir) É que estou perdendo as forças... A água não iria passar... Ah deixa...
Prudêncio: Você quer ouvir alguma piada? Quem sabe ajuda a passar o tempo...
Emerson: Pode ser... (levanta e troca de roupa)
Prudêncio troca de roupa, pega um microfone, inicia um standap.

Prudêncio: Depois de bater na traseira de um carro, o motorista se justifica com o guarda que registra a ocorrência:
– A mulher fez sinal que ia virar a esquerda… E não é que virou mesmo?

Emerson: Sábado pela manhã, um baita sol, o sujeito põe a família no carro e decidem ir para a praia. Na estrada, porém, ele é parado por um guarda.
– O senhor está multado – diz o guarda. – Está acima da velocidade permitida!
– Pô, seu guarda! Não faz isso comigo! O senhor vai estragar o meu fim de semana!
– Não seja por isso! Eu vou fazer a multa com data de segunda-feira!

Prudêncio: Cientistas descobrem que após a fermentação, a cerveja passa por uma transformação química e libera um composto parecido com o hormônio feminino.
Deve ser por isso que quando tomamos uma cerveja:
– A gente começa a falar demais;
– Ri à toa;
– E dirige mal.

Emerson: Se 23% dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas alcoolizados, significa que 77% dos acidentes são provocados por motoristas sóbrios. Então, por que é que se diz que dirigir alcoolizado é mais perigoso?!

Prudêncio: Certo dia passando pela rua, um cidadão dá de cara com um índio deitado no chão com um dos ouvidos para o asfalto. O cidadão chega mais perto, e o índio diz:
– Corsa branco, ano 2006, placa CNQ-3054, modelo flex-power…
Impressionado com as informações do índio, o cidadão diz:
– Nossa Índio, apenas pelo tremor da terra você sabe de tudo isso??
O Índio, com um olhar de revolta, diz ao cidadão:
– Claro que não idiota, num ta vendo que eu fui atropelado!!!

Emerson: O sujeito esta dirigindo numa estrada cheia de curvas. Uma mulher, vem dirigindo em sentido contrario. No momento em que estão bastante próximos, ela põe a cara para fora e grita: "Porco"!
O homem imediatamente responde: "Vagabunda!"
E os dois seguem seu rumo.
Na curva seguinte o homem bate violentamente contra um porco no meio
da estrada, e o carro capota.
Ah..... se os homens entendessem as mulheres !!!

Voltam as posições. Ouvem sirenes.
Prudêncio: Graças a Deus chegaram.
Emerson: Obrigado por ficar comigo!
Prudêncio: (gritando) É aqui em baixo, estamos aqui, rápido por favor, venham! Estão vindo amigo... Amigo! Amigo... (Emerson não resiste)







NÃO FOI ACIDENTE


A: Eu não bebi, não bebo. Eu não corri, não corro. Eu sei dirigir, meu pai me ensinou quando eu tinha 11 anos. Ninguém da escola sabia, só eu.

B: Meu pai ficou uma fera. Contei a ele de uma palestra do meu professor. Achou que o professor não tinha nada que se meter na vida dos outros.

A: Quer saber como foi?

B: O professor perguntou quem era o responsável quando um menor pegava no volante. (para o público) Você sabe? Você sabe?

A: (para o público) Não! Não são os pais os responsáveis. O professor disse que os pais são irresponsáveis, isso sim, irresponsáveis, por deixarem um menor dirigir, colocar a vida deles e a de outros em jogo. Vê se pode. Todo mundo ficou se olhando na sala. Tem disso aos montes.

B: Mas eu não acho isso. Eu sempre soube o que era certo, por isso meu pai sempre confiou em mim. Sei o que fazer. Não tem erro. Esse negócio de tirar carteira só com 18 anos no Brasil já tá ultrapassado.

A: Todo mundo sabe que a gente não tira carteira antes porque não podemos responder por nossos atos, e não porque não temos aptidão. Lógico que temos. Somos muito mais capazes do que muitos adultos. Se pudéssemos fazer os testes, com certeza passaríamos. Se até votar podemos.

B: Eu mesma sei tudo de sinalização de trânsito! (pausa)

A: Eu bato um bolão.

B: Vou para a copa então:

C: Copa?

D: Copa?

D: O Estadão: 02/02/2014

A: O Brasil vai gastar cerca de 2 bilhões  só com a segurança da copa do mundo.
O Brasil vai gastar quatro vezes mais com segurança na Copa do que a África do Sul destinou ao Mundial há quatro anos. A  Fifa já havia alertado que esse quesito seria fundamental para delegações e torcedores, em um país conhecido por sua alta taxa de criminalidade.

D: Correio Braziliense: 12/11/2013
B: Criado justamente para ser a principal fonte de recursos do governo federal na área de conscientização e prevenção de acidentes nas ruas brasileiras, o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset) andou lentamente em 2013. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), responsável pela aplicação da verba, desembolsou apenas 23% do montante total autorizado no orçamento do ano.

C: Dos R$ 860,6 milhões previstos, o órgão vinculado ao Ministério das Cidades pagou R$ 197,8 milhões. O dinheiro do fundo, instituído em 1998, deve ser usado, obrigatoriamente, em campanhas educativas, em projetos destinados à prevenção e na redução de acidentes e na articulação entre os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. Por lei, 5% do valor das multas de trânsito devem ser depositados mensalmente na conta do Funset.
A: Sei tudo então.

B: Sei?

C: Sei não!

D: Sei sim!

C: Sei não!

D: Sei sim!

C: Sei não!

D: Sei sim!

C: Sei não!

D: Sei sim!

A: Olha essa placa por exemplo.

B: Curva acentuada à direita:

A: É uma placa de advertência, é amarela.

B: Indica que tem uma curva perigosa à direita.

A: Curva perigosa, sim, mas nem por isso preciso tirar o pé do acelerador, é só virar de ladinho, é até mais emocionante.

B: Muito emocionante, o perigo dá uma adrenalina massa.

A: Quando vejo uma placa meu coração acelera.

B: Então tenho de pisar, para o corpo acelerar também.

C: Preciso disso!

D: Não preciso!

C: Preciso disso!

D: Não preciso!

C: Preciso disso!

D: Não preciso!

C: Preciso disso!

D: Não preciso!

A: Já passei tantas vezes por essa curva, nunca diminui a velocidade.

B: Nunca vi nenhum acidente ali.

A: Nem quando chove, nunca vi essa tal aquaplanagem que meu professor falou.

B: Ele disse que aquaplanagem é quando o pneu perde o contato com a estrada, por causa da água. Mas nunca vi.

A: Sempre voei nessa curva. É até um ponto bom de ultrapassagem, porque os outros veículos vão devagar. Medrosos.
D: Medrosos!

C: Prudentes!

D: Medrosos!

C: Prudentes!

D: Medrosos!

C: Prudentes!

D: Medrosos!

C: Prudentes!

A: Nessa curva, a pintura na estrada e uma lista amarela, duas aliás.

B: Significa proibido ultrapassar.

A: Para quem segue isso, é isso mesmo, proibido ultrapassar.

B: Mas eu passo, carro é rápido, sei que dá.
A: Segundo pesquisa publicada, Cuiabá recebeu R$ 220 milhões para investir em educação enquanto a Arena Pantanal recebeu, em torno, de R$ 339 milhões.
B: Minha escola não recebeu nenhum centavo para realização de trabalhos relativos a orientação e educação no trânsito.
C: Apesar de toda arrecadação, proveniente dos contribuintes usuários de trânsito, ainda precisamos pagar centenas de pedágios no Brasil, onde os governantes, caras de pau, ainda vão a público dizer que é um bom negócio...
D: Bom negócio sim, mas para a máfia legalizada, onde muitos deles estão participando.
A: E tem outra coisa, eu sou jovem, nada me acontece.

B: Li na revista do horóscopo, vou viver mais de 90 anos, então deixa o pau quebrar.

A: Vou é aproveitar a vida.

B: Pois a placa é só para quem tem medo de morrer, quem não lê horóscopo.

D: É festa.

C: Não.

D: É festa.

C: Não.

D: É festa.

C: Não.

D: É festa.

C: Não.

A: Festa, por falar em festa, vou para uma festa.

B: Preciso me arrumar.

A: Vou me aquecer, quero chegar no jeito.

B: Hoje vou beijar muito.

A: Vou bater meu recorde.

B: Nem lembro qual é mais... mas vou quebrar.

A: Beber para aquecer.

B: Dirijo melhor assim.

C: Espere.

D: Acelere.

C: Espere.

D: Acelere.

C: Espere.

D: Acelere.

C: Espere.

D: Acelere.

C: Existe um movimento no Brasil, chamado Não Foi Acidente, que está recolhendo assinaturas.

D: Uma petição pública.

C: Para acabar com a impunidade no trânsito brasileiro, através de lei mais rigorosas a quem bebe e dirige.

D: Iniciativa popular.


D: Precisamos de 1.300.000 assinaturas.

C: Impossível! Não é BBB, nem futebol.

D: Já temos quase um milhão. Falta pouco.

A: Tô prontinha.

B: Bonita, sexy e mente aberta.

A: Mas será que devo ir mesmo?

B: Lógico que devo ir.

A: Afinal festa é festa, e não gosto de perder uma sequer.

B: Ou será que devo ficar hoje, talvez tenha bebido demais.

A: A festa nem é tão longe assim, pego a BR, chego mais rápido.

B: Logo depois da minha curva, não tem erro.

A: Não sei não, hoje não.

B: Não sei não, hoje sim.

C: Hoje não.

D: Hoje sim.

C: Hoje não.

D: Hoje sim.

C: Hoje não.

D: Hoje sim.

C: Hoje não.

D: Hoje sim.

A e B: Hoje sim.

C: Hoje não.

A, B e D: Hoje sim.
Entram no carro, seguem pela estrada, bebem, riem, menos C. Dirigem rápido. Cada vez mais. Ouvem música. Se aproximam da curva, aceleram. Fazem a curva, tombam. Escurece. Levantam todas, pegam velas na coxia, acendem ao pé da placa, viram a placa, surge a forma de uma cruz. Escurece (ou fecha cortina). Falam bem alto:

A,B,C,D: Não foi acidente.
Brinca comigo

Lina, Vó, Mãe, Soldado, Índio,  Ricardo, Boneca,  Índia, Cawboy.

Menina brincando no seu quarto, entra a sua mãe, apressada, procurando algo.
Lina: Mãe, brinca comigo um pouquinho, antes de eu dormir.
Mirna: Agora não posso Lina, tô ocupada, vai achar o que fazer.
Lina: Ah mãe, só um pouquinho?
Mirna: Não insiste menina, você sabe onde coloquei meu tablet? Depois brinco um pouco contigo. (sai e entra a avó da menina)
Lina: Vó, brinca comigo?
Vó Jé: Brigar com você minha querida? Vim te dar um beijo. E você nem fez nada...
Lina: Não, eu disse brinca comigo?
Vó Jé: Ah, brincar, ah sim brinco sim, minha netinha, eu brinco (vai saindo) sempre que quiser eu brincarei com você minha netinha, é só me chamar, brinco, brinco sim.
Lina: A vó tá ficando caduquinha, nem sabe mais o que faz. Bom, já que ninguém brinca comigo, vou dormir um pouquinho. Mas antes, vou fazer minha oração:
Querido Deus, obrigado por mais um dia, por tudo de bom que aconteceu para minha família.
Perdão meu Deus por todos os meus erros, pelos pecados que cometi hoje.
E peço ao Senhor, que continue cuidando bem da minha família. Obrigado.
Ah, peço também meu Deus, proteção para as crianças da minha rua. Não tem praça aqui perto, então elas brincam na rua, onde tem muito movimento de carros. Protege elas tá Deus, para que os motoristas sempre vejam eles e diminuam a velocidade. Obrigado.
Ah, outra coisa, manda mais um beijo pro Airton, ele é meu ídolo. Não conheci ele, mas sei que ele amava o Brasil e queria o melhor para nós. Agora sim, obrigado. Boa noite. (deita, levanta) Não! Vou no banheiro primeiro, escovar os dentes, todos temos de fazer isso antes de dormir. (sai)
Quando Lina sai, os bonecos tomam vida, começam a interagir.
Soldado: Atenção! Lugar de criança é no banco de trás! Pedestres, só atravessem a rua na faixa de segurança. Ciclistas, por favor andem pela ciclovia.
Cowboy: Aiou, sai da frente, que atrás vem gente!
Índio: (passa correndo, vai, volta e para) EH, Eh. Eh, Eh, Eh, índio quer apito, se não der pau vai comer!
Soldado: Parado meu rapaz! Não pode correr, respeite a segurança de quem está neste lugar.
Índio: (vendo o apito do soldado) EH, Eh. Eh, Eh, Eh, índio quer apito, se não der...
Soldado: Pára com isso, deixa meu apito. (apita) Ora, ora, respeite a autoridade.
Chega a boneca.
Boneca: Que está acontecendo aqui?
Índio: Cara pálida aí não quer me dar apito.
Soldado: Que cara pálida o quê moço?
Boneca: Não precisa brigar. Você sabe dizer onde posso brincar com segurança, senhor policial?
Soldado: Com certeza.
Índio: Com certeza, com certeza...
Soldado: Brinque na sua casa, na praça, no parque.
Índio: Na rua...
Soldado: Na rua não. É o lugar mais perigoso que existe. Na rua nunca. Lá é lugar de carros e motos.
Índia: Soldado tem razão. As crianças precisão de proteção. Os adultos são responsáveis por isso. Mas quem foi afinal que enfiou esse vestido ridículo em mim?
Cowboy: Até que tá bonitinha!
Entra a menina, olha os bonecos conversando, fica sem entender.
Índio: Menina cara pálida, vem brincar com a gente.
Boneca: (vai até ela) Vem Lina, você queria alguém pra brincar, vamos brincar agora.
Índia: Você sabe quem me vestiu assim?
Lina: E vocês falam de verdade!
Soldado: Eu falo, eu protejo, eu ensino. Lugar de criança é no banco de trás...
Índio: Nem começa cara pálida.
Cowboy: Vocês dois são uma piada.
Boneca. Parem vocês dois. Somos seus brinquedos Lina, amamos você e queremos brincar com você.
Índia: Brinca com a gente, brinca?
Lina: Que maravilha! Vamos começar brincando de se esconder?
Índio e Boneca: Oba, legal.
Soldado: Eu não me escondo, sou a lei, a lei deve ser clara.
Lina: Então você procura.
Soldado: Pode ser.
Todos se escondem, soldado começa a contar;
Soldado: 1, 2, 3, use o cinto toda vez... 4, 5, 6, use o cinto toda vez, 7, 8, 9, use o cinto toda vez... 10, lá vou eu....
Soldado: Achei, achei, achei. (mas sem ver nenhum)
Boneca: Ah, não vale.
Índio: Ah, não.
Índia: Ele sempre acha a gente, não vale.
Lina: Ué? Ele nem achou ninguém?
Boneca: Mas ele é autoridade. Quando ele fala, devemos respeitar.
Índia: Autoridade é autoridade. Devemos respeitar mesmo.
Índio: isso mesmo. Vamos brincar de outra coisa agora?
Lina: Esperem. Tem alguém chegando. (todos se escondem, entra a avó e a mãe)
Vó Jé: Eu vi por aqui minha filha.
Mirna: Onde mamãe? Onde está meu tablet?
Vó Jé: Aqui, olha (mostra um tablete de chocolate)
Mirna: Que isso mamãe?
Vó: É um tablete de chocolate que vi com a Lina, ora, não é isso que você quer?
Mirna: Ah mamãe, me poupe (sai).
Vó: Essa juventude, quem entende. (senta, menina vai até ela)
Lina: Liga não vó. A mãe é assim mesmo, sempre correndo, sem paciência.
Vó: Mas não pode ser assim. Devemos ter paciência em tudo. Principalmente no trânsito.
Lina: Porque você diz isso vó?
Vó: As pessoas correm demais, não respeitam as leis de trânsito.
Bonecos: (cantam paródia de “se esta rua”)
Se as pessoas, se as pessoas respeitassem
Respeitassem, respeitassem nossas leis
Com certeza, com certeza, todo mundo
Viveria, viveria mais feliz.
Soldado: (aparece) É verdade, Dona Jé tem razão.
Lina fica ansiosa, acena para o Soldado se esconder.
Boneca: Calma Lina, sia avó também pode nos ver. Depois de uma certa idade, todos viram crianças de novo.
Índio: E o coração volta a ser puro. Por isso ela tá preocupada com o trânsito.
Índia: Todos deveriam ter essa preocupação.
Lina: Bom seria se todos tivessem o coração puro, igual ao das crianças. Tudo seria melhor.
Vó: Verdade minha neta. Respeitar o semáforo.
Índio: Vermelho pare.
Soldado: Amarelo atenção.
Boneca: Verde Siga.
Cawboy: Como é mesmo?
Índia: Vermelho. Pare. Verde, siga. Amarelo, atenção.
Lina: Atravessar sempre na faixa de pedestres.
Cowboy: Faixa de que?
Índia: De pedestre. Só tem na cidade. Para as pessoas atravessarem de um lado para o outro da rua.
Lina: E criança em motos só com mais de 7 anos.
Soldado: Se tiver tamanho.
Índio: E de capacete.
Boneca: Nunca no meio de dois adultos, pra não apertar a criança.
Índia: Precisa ter tamanho para alcançar o pé no pedal.
Cowboy: Como você sabe de tudo isso?
Índia: Essa daí que vive falando comigo (apontando para Lina).
Bonecos cantam (paródia “atirei o pau no gato)
Para atravessar a ruaaa
Use a faixaxaxa
De pedestretretre
Lista brancacaca
E pretinhanhanha
É segura
É segura
Pode ir.

Vó: É, isso mesmo.
Entra a mãe, os bonecos disfarçam.
Lina: Mãe? Achou seu tablet?
Mãe: Achei, tava no banheiro, quero saber quem levou para lá. (A vó disfarça).
Lina: Mãe, não vou mias pedir para ir no banco da frente do carro.
Mãe: Acho bom mesmo.
Lina: Lugar de criança é no banco de trás.
Vó: Nem eu!
Lina e sua mãe riem.
Mãe: Oh mamãe, adoro a senhora.
Vó: Eu sei.
Lina: Também te adoro vó.
Vó: Eu sei, adoro vocês também.
Lina: Te adoro mãe.
Mãe: Também te adoro meu bem. Todos nós nos adoramos.
Bonecos cantam:
É o amor.
Que une a minha família e me deixa assim
Que faz eu agir sempre certo
Pra confiarem em mim
Que faz eu me cuidar no trânsito
Do inicio até o fim.

A mãe sai. Os bonecos se reúnem em volta de Dona Jé. Ela diz:
Vovó: Vou contar uma coisa para vocês... (suspense) Tô com vontade de fazer xixi... (sai)
Todos riem.
Lina: Quero contar uma coisa também. Tenho vontade de dirigir um caro de fórmula um. Igual do Airton. Ele é meu ídolo.
Cowboy: O Airton Senna foi o melhor piloto de todos os tempos, corria muito.
Índio: Mas só corria dentro da pista, dava bons exemplos para nós.
Boneca: Não devemos correr fora das pistas, não é seguro.
Índia: Nem para quem corre, nem para os pedestres.
Soldado: Se correr nas ruas eu faço multa.
Lina: Mas acho que nunca vou realizar esse sonho.
Os bonecos se olham. E resolvem realizar o sonho dela. A boneca leva ela até um canto e fala:
Boneca: Feche os olhos Lina.
Lina: Para que?
Boneca: Feche os olhos, confie.
Os bonecos transformam a cama em um carro. Conduzem Lina até ele. Ela entra no carro, coloca o capacete, dirige toda feliz. Depois sai do carro, roda até o canto novamente. Os bonecos desmontam o carro, que vira cama de novo. Conduzem Lina até a cama. Ela deita e adormece. Os bonecos retornam a posição inicial. A mãe entra.
Mãe: (dá um beijo na filha) Boa noite querida, durma bem.
Lina: (responde sonolenta) Boa noite mamãe.
Sai a mãe, entra a vó. Vai até a neta e a beija.
Vó: Boa noite minha netinha.
Lina: Boa noite vovó. (senta) Vovó, tive um sonho maravilhoso, a senhora nem imagina, amanhã lhe conto.
Vovó: Imagino sim minha querida, imagino sim...(sai sorrindo, olhando para os bonecos, pisca para eles, que piscam para ela).

Fim
Meu melhor amigo

Personagens: JUH; CARTEIRO, MOTORISTA; POLICIAL, NEI; BOBI; MOTOQUEIRA, CONDUTORA, BAILARINAS 1, 2, 3, 4; FANQUEIRAS 1, 2, 3, 4; MOÇAS 1, 2, 3, 4;


Abre o pano. Menina sentada, chorando, em seu colo um cachorro, coberto pelo casaco da criança, manchado.

Juh: Não vá Bobi. Fica comigo. Eu disse pra você não correr pra rua amigo. Por que você não me ouviu.  Quem vai brincar comigo agora? Quem vai correr pro portão todo dia, quando eu chegar da escola? Quem vai me esperar com um sorrisão, abanando seu rabinho, cheio de felicidade? Quem vai me lamber Bobi? Quem?

Pausa, Juh aperta o cachorro contra seu corpo, olha para o nada, lembrando-se do passado. Sons de latido de cachorro. Nesse momento surge um cachorro brincando, como se retratasse o pensamento de Juh. Ela sorri por um tempo, depois olha para o cachorro de novo. Levanta, deixa o casaco no chão e interage com o cão.

Juh: Crescemos juntos Bobi, você sempre foi meu melhor amigo. Eu sempre soube que o tempo corria de forma diferente para nós. Sempre foi você quem me protegeu, me alegrou, me fez entender o que realmente significa uma amizade sincera, leal e incondicional. Fica comigo Bobi, fica, por favor! Prometo que vou cuidar melhor de você. Vou prestar mais atenção. Fica Bobi, fica!

Luz se apaga, a menina sai. Luz acende. Entra a menina, vestida como estudante indo para o ponto de ônibus. O cão vem logo atrás.

Juh: Ah não Bobi! Já pra casa! Vou para escola, e de novo você vem atrás de mim. Já pra casa Bobi! Quando eu voltar a gente brinca, agora já pra casa.

Juh vai pra cima do cachorro, que faz menção em sair, mas volta, segue um jogo de vai e vem entre os dois. Nisso passa uma moto e Bobi corre latindo atrás dela. Juh se desespera. Quando Bobi para, ela dá uma bronca.

Juh: Bobi! Para com isso! Você ainda vai se machucar. Não pode avançar nos veículos, em nenhum Bobi. Nem motos, nem carros, nem...

Passa o carteiro de bicicleta, Bobi avança nele, persegue o carteiro em cena. Até que Juh segura Bobi.

Carteiro: Oh menina, tem de prender esse seu animalzinho, ele é muito bravo. Toda vez que passo aqui ele avança em mim. Desse jeito como vou trabalhar? Não dá não.

Juh: Calma moço! Ele é bonzinho, não sei o que acontece, ele só fica assim quando vê o senhor, e quando passa algum carro, moto, e... bicicleta, deve ser por causa da bicicleta. Mas desculpe, vou levar ele pra casa.

Carteiro: Obrigado menina. Quando entrego a correspondência de bicicleta, preciso redobrar a atenção. Pois existem poucas ciclovias na cidade, então tenho de andar pela beiradinha da rua, próximo ao meio fio. E é bem por aí que os cachorros estão. Levo cada susto, nem queira saber.



Carteiro bom eu sou
Carteiro da minha cidade
Entregando as cartas vou
Cheio de felicidade

Escute bem dona menina
No que eu vou ensinar
Para andar de bicicleta
Muita coisa há de cuidar
Vestimenta adequada
E a bike boa deve estar.

Trafegar na ciclovia
É por onde devo ir
Ou junto do meio fio
Se ela não existir
Mas sempre atento a tudo
Pois algo pode surgir.

Juh:
Mas na rua é perigoso
Vem carro de todo lado
Em alta velocidade
Vão do meio até o costado
Por que não vem pela calçada?
Pois aqui é mais sossegado.

Carteiro:
Obrigado menininha
Por sua preocupação
Mas calçada não é via
Adequada pra circulação
Ela á somente do pedestre
Para sua proteção.




Juh: Verdade. O senhor está certo. Mas Seu Carteiro, não tem nenhuma correspondência pra mim aí? Juliana de Oliveira...

Carteiro: Acho que não. Só tenho faturas, contas, boletos, publicidade. Sabe Juliana, os funcionários mais velhos do meu trabalho contam que antigamente eles entregavam tantas cartas pessoais, cartas com desenhos de coração no envelope, cartas perfumadas, eles viam a felicidade estampada nos rostos das pessoas que recebiam os envelopes. O brilho no olhar quando liam o nome dos remetentes. Devia ser muito legal.

Juh: Devia ser mesmo. Hoje é tudo pela internet...

Carteiro: Verdade. Mas moça, vou indo, tenho muito trabalho ainda. Segura o seu bichinho aí. Até mais, fui. (sai)

Passa um carro, a condutora está falando ao celular.

Condutora: “Fala mãe! Sim! Vamos ver, se der a gente passa aí fim do ano. Ah? Estão bem, cada dia mais chatos. Hem? Separei desse já. Vou passar em um túnel agora, vou ficar sem sinal. Tchau. Aff.”

Entra moça e lê uma carta:

Moça 1: “Primavera do Leste, 15 de maio de 2014, querida mamãe, escrevo esta carta para dizer que estou com muitas saudades... Esposo e filhos estão bem. E vocês, como estão? Final do ano vamos passar as festas com vocês, se Deus quiser. Dá um beijo no papai e fala para ele nos esperar com novas histórias, e com as velhas também. Amo vocês, beijos, sua filha.”

Entra moça 2 com cartaz sobre falar ao celular enquanto dirige:

Moça 2: Os reflexos de um motorista falando ao celular se equiparam aos de uma pessoa alcoolizada, pois não olha o retrovisor, anda em ziguezague, reduz a velocidade atrapalhando o fluxo de veículos, avança o sinal vermelho, o reflexo fica reduzido em três vezes. Recomenda-se que estacione ou peça ao carona que atenda à ligação sempre que necessário.

Juh: (para o carteiro) Tchau moço. (para Bobi) Agora você vai pra casa mocinho, meu ônibus já deve estar chegando vai, vai...

Passa outro carro. Juh segura Bobi. Os dois ficam olhando, dentro do veículo o condutor leva uma cachorrinha no colo. Simultaneamente chega um policial e se posta atrás de Juh, e começa a anotar algo.

Juh: Você viu Bobi? O cachorro estava no colo da motorista. Será que isso está certo?

Policial: (interrompendo) Não está certo não garota. Bem observado por você, e por mim também. Os cães devem ser transportados dentro de caixas, ou cadeirinhas especiais, presas aos cintos do veículo, para maior segurança de todos os ocupantes do carro.

Juh: Eu acho certo isso. E os motoristas deveriam ser multados.

Policial: E são, a infração é por Dirigir o veículo transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas. Multa e perda de quatro pontos na carteira de habilitação.

Juh: Mas policial, eu até já vi cães soltos nas carrocerias de camionetes. Isso pode?

Policial: A lei diz que é proibido conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados. Se for necessário, daí deverá ser realizada com toda segurança, das pessoas e do animal também.

Juh: São muitas leis, muitas regras, é difícil saber tudo que pode e tudo que não se pode fazer, o senhor não acha isso tão complicado?



Policial:
Minha filha olha só
A verdade é só uma
Não precisa conhecer lei
Pra não infringir nenhuma
Basta só seguir a lógica
Que tudo depois se arruma.

Distinguir o certo do errado
Todo mundo sabe bem
Se a coisa faz do avesso
É por que má intenção tem
E precisa do corretivo
Que escrito no papel vem.

A sabedoria do povo
Vai além de qualquer artigo
Respeitar e ter bom caráter
Faz de ti um bom amigo
É só fazer sempre o certo
Que nunca virá comigo.
E tenho dito... (sai)



Juh: Viu Bobi, aprendemos um monte de coisas. Agora vá pra casa. Meu ônibus tá vindo.

O cão sai. Chega o ônibus. Juh embarca, está lotado, ela vai em pé..

Juh: Legal isso. Dentro do carro temos de usar cinto de segurança, mas no ônibus vamos é em pé mesmo, amontoados uns nos outros. Isso não pode estar certo.

Do ônibus descem as fanqueiras.

Atenção minha galera
Para esta letra especial
Aprendendo sobre trânsito
Com este funk legal, al, al, al, al
Com este funk legal, al, al, al, al
Com este funk legal

Buzão que leva estudante
É transporte escolar
E pra contratar o serviço
Preciso verificar, ar, ar, ar, ar
Preciso verificar ar, ar, ar, ar

Condições de segurança
Motorista habilitado
Se é séria a empresa
E o veículo credenciado, ado, aado, aado, ado
E também inspecionado, ado, aado, aado, ado
E também inspecionado

Ter cinto de segurança
Para todo passageiro
E além do motorista
Outro adulto o tempo inteiro, eiro, eeiro, eeiro eiro
Outro adulto o tempo inteiro

Respeitar a lotação
Não descer em movimento
Avisar minha família
Qualquer acontecimento, ento, eento, eento, ento
Qualquer acontecimento

Faixa amarela mostrando
Que é veículo escolar
Descer no lado da calçada
Na sua frente não cruzar, ar, aar, aar, ar
Na sua frente não cruzar

Cada um faz sua parte
Para melhor  transportar
Principalmente crianças
Devemos todos cuidar, ar, ar, ar, ar
Devemos todos cuidar
Principalmente as crianças
Devemos todos cuidar, ar, ar , ar, ar
Devemos todos cuidar

Moça 1: Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2 mil crianças morrem.

Moça 2: E mais de 15 mil são  hospitalizadas  anualmente.

Moça 3: Em  decorrência  de  acidentes de trânsito.

Moça 4: O trânsito é responsável pela maior parte dos acidentes fatais.

Moça 1: Das mortes de crianças até 14 anos vítimas do trânsito, 38% corresponderam aos atropelamentos.

Moça 2: 36% aos acidentes com a criança na condição de passageira do veículo.

Moça 3: 5% na condição de ciclista.

Moça 4: E 21% restantes corresponderam a outros tipos de acidentes de trânsito.

Todas: Precisamos cuidar melhor das nossas crianças.

O ônibus sai. Entra Nei, canta, depois entram as bailarinas para acompanha-lo.
Termina a música, Nei sai.
Entra Bobi latindo, brincando com uma bolinha, correndo atrás do rabo, latindo para o nada, fazendo coisas de cachorro.
Passa um carro ele corre atrás, passa uma moto ele corre atrás, passa outro carro, ele corre atrás.
Juh vem voltando da escola, Bobo vê ela e corre para seu lado, um carro surge, atropela Bobi. O carro não para. Juh junta o animalzinho. Faz a primeira fala novamente.

Juh: Não vá Bobi. Fica comigo. Eu disse pra você não correr pra rua amigo. Por que você não me ouviu.  Quem vai brincar comigo agora? Quem vai correr pro portão todo dia, quando eu chegar da escola? Quem vai me esperar com um sorrisão, abanando seu rabinho, cheio de felicidade? Quem vai me lamber Bobi? Quem?

Entram todos os outros e cantam juntos:

Gosto muito de você, meu cãozinho
Sempre cuidando de mim
Gosto muito de você, amiguinho

Para um mundo melhor, meu cãozinho
Nos precisamos mudar
Basta eu respeitar quem tiver no caminho

Uma amizade sólida é tão rara
Precisamos preservar
Assim como a nossa vida é só uma
E temos dela cuidar

Quero muito que você, meu cãozinho
Fique bem onde estiver
Tua pele, tua luz, teu olhar

Quando o homem for melhor, amiguinho
E cuidar do seu irmão
Nossas ruas então vão ser seguras

Gosto muito de você, meu cãozinho
Sempre cuidando de mim
Gosto muito de você, amiguinho

Para preservar a vida, amiguinho
Ninguém pode agir tão só
Vamos todos dar as mãos e sorrir
Buscando um mundo melhor

Gosto muito de você, meu cãozinho
Sempre cuidando de mim
Gosto muito de você, amiguinho

Fim.

Rogério Luís Bauer