terça-feira, 1 de março de 2016

Brinca comigo

Lina, Vó, Mãe, Soldado, Índio,  Ricardo, Boneca,  Índia, Cawboy.

Menina brincando no seu quarto, entra a sua mãe, apressada, procurando algo.
Lina: Mãe, brinca comigo um pouquinho, antes de eu dormir.
Mirna: Agora não posso Lina, tô ocupada, vai achar o que fazer.
Lina: Ah mãe, só um pouquinho?
Mirna: Não insiste menina, você sabe onde coloquei meu tablet? Depois brinco um pouco contigo. (sai e entra a avó da menina)
Lina: Vó, brinca comigo?
Vó Jé: Brigar com você minha querida? Vim te dar um beijo. E você nem fez nada...
Lina: Não, eu disse brinca comigo?
Vó Jé: Ah, brincar, ah sim brinco sim, minha netinha, eu brinco (vai saindo) sempre que quiser eu brincarei com você minha netinha, é só me chamar, brinco, brinco sim.
Lina: A vó tá ficando caduquinha, nem sabe mais o que faz. Bom, já que ninguém brinca comigo, vou dormir um pouquinho. Mas antes, vou fazer minha oração:
Querido Deus, obrigado por mais um dia, por tudo de bom que aconteceu para minha família.
Perdão meu Deus por todos os meus erros, pelos pecados que cometi hoje.
E peço ao Senhor, que continue cuidando bem da minha família. Obrigado.
Ah, peço também meu Deus, proteção para as crianças da minha rua. Não tem praça aqui perto, então elas brincam na rua, onde tem muito movimento de carros. Protege elas tá Deus, para que os motoristas sempre vejam eles e diminuam a velocidade. Obrigado.
Ah, outra coisa, manda mais um beijo pro Airton, ele é meu ídolo. Não conheci ele, mas sei que ele amava o Brasil e queria o melhor para nós. Agora sim, obrigado. Boa noite. (deita, levanta) Não! Vou no banheiro primeiro, escovar os dentes, todos temos de fazer isso antes de dormir. (sai)
Quando Lina sai, os bonecos tomam vida, começam a interagir.
Soldado: Atenção! Lugar de criança é no banco de trás! Pedestres, só atravessem a rua na faixa de segurança. Ciclistas, por favor andem pela ciclovia.
Cowboy: Aiou, sai da frente, que atrás vem gente!
Índio: (passa correndo, vai, volta e para) EH, Eh. Eh, Eh, Eh, índio quer apito, se não der pau vai comer!
Soldado: Parado meu rapaz! Não pode correr, respeite a segurança de quem está neste lugar.
Índio: (vendo o apito do soldado) EH, Eh. Eh, Eh, Eh, índio quer apito, se não der...
Soldado: Pára com isso, deixa meu apito. (apita) Ora, ora, respeite a autoridade.
Chega a boneca.
Boneca: Que está acontecendo aqui?
Índio: Cara pálida aí não quer me dar apito.
Soldado: Que cara pálida o quê moço?
Boneca: Não precisa brigar. Você sabe dizer onde posso brincar com segurança, senhor policial?
Soldado: Com certeza.
Índio: Com certeza, com certeza...
Soldado: Brinque na sua casa, na praça, no parque.
Índio: Na rua...
Soldado: Na rua não. É o lugar mais perigoso que existe. Na rua nunca. Lá é lugar de carros e motos.
Índia: Soldado tem razão. As crianças precisão de proteção. Os adultos são responsáveis por isso. Mas quem foi afinal que enfiou esse vestido ridículo em mim?
Cowboy: Até que tá bonitinha!
Entra a menina, olha os bonecos conversando, fica sem entender.
Índio: Menina cara pálida, vem brincar com a gente.
Boneca: (vai até ela) Vem Lina, você queria alguém pra brincar, vamos brincar agora.
Índia: Você sabe quem me vestiu assim?
Lina: E vocês falam de verdade!
Soldado: Eu falo, eu protejo, eu ensino. Lugar de criança é no banco de trás...
Índio: Nem começa cara pálida.
Cowboy: Vocês dois são uma piada.
Boneca. Parem vocês dois. Somos seus brinquedos Lina, amamos você e queremos brincar com você.
Índia: Brinca com a gente, brinca?
Lina: Que maravilha! Vamos começar brincando de se esconder?
Índio e Boneca: Oba, legal.
Soldado: Eu não me escondo, sou a lei, a lei deve ser clara.
Lina: Então você procura.
Soldado: Pode ser.
Todos se escondem, soldado começa a contar;
Soldado: 1, 2, 3, use o cinto toda vez... 4, 5, 6, use o cinto toda vez, 7, 8, 9, use o cinto toda vez... 10, lá vou eu....
Soldado: Achei, achei, achei. (mas sem ver nenhum)
Boneca: Ah, não vale.
Índio: Ah, não.
Índia: Ele sempre acha a gente, não vale.
Lina: Ué? Ele nem achou ninguém?
Boneca: Mas ele é autoridade. Quando ele fala, devemos respeitar.
Índia: Autoridade é autoridade. Devemos respeitar mesmo.
Índio: isso mesmo. Vamos brincar de outra coisa agora?
Lina: Esperem. Tem alguém chegando. (todos se escondem, entra a avó e a mãe)
Vó Jé: Eu vi por aqui minha filha.
Mirna: Onde mamãe? Onde está meu tablet?
Vó Jé: Aqui, olha (mostra um tablete de chocolate)
Mirna: Que isso mamãe?
Vó: É um tablete de chocolate que vi com a Lina, ora, não é isso que você quer?
Mirna: Ah mamãe, me poupe (sai).
Vó: Essa juventude, quem entende. (senta, menina vai até ela)
Lina: Liga não vó. A mãe é assim mesmo, sempre correndo, sem paciência.
Vó: Mas não pode ser assim. Devemos ter paciência em tudo. Principalmente no trânsito.
Lina: Porque você diz isso vó?
Vó: As pessoas correm demais, não respeitam as leis de trânsito.
Bonecos: (cantam paródia de “se esta rua”)
Se as pessoas, se as pessoas respeitassem
Respeitassem, respeitassem nossas leis
Com certeza, com certeza, todo mundo
Viveria, viveria mais feliz.
Soldado: (aparece) É verdade, Dona Jé tem razão.
Lina fica ansiosa, acena para o Soldado se esconder.
Boneca: Calma Lina, sia avó também pode nos ver. Depois de uma certa idade, todos viram crianças de novo.
Índio: E o coração volta a ser puro. Por isso ela tá preocupada com o trânsito.
Índia: Todos deveriam ter essa preocupação.
Lina: Bom seria se todos tivessem o coração puro, igual ao das crianças. Tudo seria melhor.
Vó: Verdade minha neta. Respeitar o semáforo.
Índio: Vermelho pare.
Soldado: Amarelo atenção.
Boneca: Verde Siga.
Cawboy: Como é mesmo?
Índia: Vermelho. Pare. Verde, siga. Amarelo, atenção.
Lina: Atravessar sempre na faixa de pedestres.
Cowboy: Faixa de que?
Índia: De pedestre. Só tem na cidade. Para as pessoas atravessarem de um lado para o outro da rua.
Lina: E criança em motos só com mais de 7 anos.
Soldado: Se tiver tamanho.
Índio: E de capacete.
Boneca: Nunca no meio de dois adultos, pra não apertar a criança.
Índia: Precisa ter tamanho para alcançar o pé no pedal.
Cowboy: Como você sabe de tudo isso?
Índia: Essa daí que vive falando comigo (apontando para Lina).
Bonecos cantam (paródia “atirei o pau no gato)
Para atravessar a ruaaa
Use a faixaxaxa
De pedestretretre
Lista brancacaca
E pretinhanhanha
É segura
É segura
Pode ir.

Vó: É, isso mesmo.
Entra a mãe, os bonecos disfarçam.
Lina: Mãe? Achou seu tablet?
Mãe: Achei, tava no banheiro, quero saber quem levou para lá. (A vó disfarça).
Lina: Mãe, não vou mias pedir para ir no banco da frente do carro.
Mãe: Acho bom mesmo.
Lina: Lugar de criança é no banco de trás.
Vó: Nem eu!
Lina e sua mãe riem.
Mãe: Oh mamãe, adoro a senhora.
Vó: Eu sei.
Lina: Também te adoro vó.
Vó: Eu sei, adoro vocês também.
Lina: Te adoro mãe.
Mãe: Também te adoro meu bem. Todos nós nos adoramos.
Bonecos cantam:
É o amor.
Que une a minha família e me deixa assim
Que faz eu agir sempre certo
Pra confiarem em mim
Que faz eu me cuidar no trânsito
Do inicio até o fim.

A mãe sai. Os bonecos se reúnem em volta de Dona Jé. Ela diz:
Vovó: Vou contar uma coisa para vocês... (suspense) Tô com vontade de fazer xixi... (sai)
Todos riem.
Lina: Quero contar uma coisa também. Tenho vontade de dirigir um caro de fórmula um. Igual do Airton. Ele é meu ídolo.
Cowboy: O Airton Senna foi o melhor piloto de todos os tempos, corria muito.
Índio: Mas só corria dentro da pista, dava bons exemplos para nós.
Boneca: Não devemos correr fora das pistas, não é seguro.
Índia: Nem para quem corre, nem para os pedestres.
Soldado: Se correr nas ruas eu faço multa.
Lina: Mas acho que nunca vou realizar esse sonho.
Os bonecos se olham. E resolvem realizar o sonho dela. A boneca leva ela até um canto e fala:
Boneca: Feche os olhos Lina.
Lina: Para que?
Boneca: Feche os olhos, confie.
Os bonecos transformam a cama em um carro. Conduzem Lina até ele. Ela entra no carro, coloca o capacete, dirige toda feliz. Depois sai do carro, roda até o canto novamente. Os bonecos desmontam o carro, que vira cama de novo. Conduzem Lina até a cama. Ela deita e adormece. Os bonecos retornam a posição inicial. A mãe entra.
Mãe: (dá um beijo na filha) Boa noite querida, durma bem.
Lina: (responde sonolenta) Boa noite mamãe.
Sai a mãe, entra a vó. Vai até a neta e a beija.
Vó: Boa noite minha netinha.
Lina: Boa noite vovó. (senta) Vovó, tive um sonho maravilhoso, a senhora nem imagina, amanhã lhe conto.
Vovó: Imagino sim minha querida, imagino sim...(sai sorrindo, olhando para os bonecos, pisca para eles, que piscam para ela).

Fim

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